Flamengo. Um nome aparentemente inexpressivo. Se dito fora de um certo contexto, faz referência a uma parte do território da Holanda que não tem maior importância
fora daquele país.
Mas experimente dizer Flamengo em uma conversa sobre futebol. Sua simples menção já deixará os envolvidos em uma situação de tensão ou de excitação.
Afinal, em mais de 120 anos de existência, o Flamengo como clube esportivo, primeiro no remo e, depois, no futebol e basquete, foi capaz de elevar-se a uma
categoria restrita a poucos clube no mundo. Um gigante amado e respeitado dentro dos campos e nas arquibancadas. Nas ruas e nos lares. Nos empregos e nos bares.
E no inconsciente individual de milhões e milhões, transformando-se na maior torcida de uma das grandes potências do futebol.
Ao contrário de muitos, eu definitivamente escolhi o Flamengo como time de futebol. E sem saber, escolhia também um modo de ser. Uma mentalidade.
Um comportamento. Me tornaria parte do que veio a ser conhecida como Nação Rubro-Negra.
À medida que envelhecia e me envolvia com o clube e a torcida, aquela identificação sutil se tornou algo clara e objetiva. Algo que me envolveu até o âmago da alma e da qual me orgulharia
para sempre. Certamente, até a morte, como profetizada pelo hino. Nesse meio tempo, outro interesse fundamental veio à tona e se firmou como algo perene,
tal qual o Flamengo. O design gráfico. Não nasci designer, como tantos. Mas escolhi como profissão tardiamente. E, análogamente, o que era um interesse
aparentemente sem maiores consequências cristalizou-se como paixão e ganha-pão.
De alguma maneira, o amor ao Flamengo e ao design gráfico vieram a se encontrar ainda durante a faculdade, de modo natural, espontâneo. Em 2001, já começava
a criar algumas primeiras artes para jogos mais importantes, incentivado pela inesquecível conquista do Tri-campeonato Carioca. No meio de 2002, ja havia decidido que
faria um livro sobre a Nação como projeto final do curso, mesclando fotografia, design editorial, ilustração e tipologia. Era um momento onde experimentava livremente.
Não havia definido um estilo pessoal e ora criava com vetores, ora com montagens de fotografia.
Em algum momento ali, me veio à ideia de que as artes que realizava eram parte de um processo de consolidação da cultura rubro-negra. Algo com o propósito de
elevar o nível das produções visuais, algo entāo ainda muito rudimentar apesar de esforços individuais em vários campos. Em 2003, escrevi um pequeno artigo como pesquisa sobre
a importância e a grandiosidade das manifestações da Nação dentro dos estádio, publicada em edição do Congresso de Design. Idéia embrionária para um mestrado
nunca realizado.
O tempo passou e eis que essa brincadeira se desdobra ate hoje. Brincadeira onde as artes postadas em redes sociaisse transformaram
em camisetas, em tatuagens, identidade visual de filmes, vídeos e capas de livros. Faltava, entretanto, um meio oficial onde pudesse reunir e expor uma seleção dessas artes.
Lacuna essa finalmente preenchida com este site.
Espero que apreciem.
E, acima de tudo, Rubro-Negro.